Quem aí já experimentou a doce alegria de doar vida para alguém? E é quatro pelo menos, em cada bolsa colhida que a gente ajuda. Pois é, ajudar tá no sangue! Supera-se o medo, a chuva, o tempo. Mas os descaminhos são muitos nesse momento contemporâneo, não só para quem quer doar mas quem vai receber. Com tantas viroses e doenças disponíveis nesse país e no mundo, há quem tenha muito medo não de doar, mas de receber. Mas é claro que existe muita responsabilidade quanto a isso, pois é tudo muito bem analisado pelos Hemonúcleos!
Pois é pessoal, sobre isso, olha o que diz o Doutor Drauzio Varella:
“Ninguém está livre de precisar de uma transfusão de sangue. Ninguém está livre de sofrer um acidente, de passar por uma cirurgia ou por um procedimento médico em que a transfusão seja absolutamente indispensável.
Como não existe sangue sintético produzido em laboratórios, quem precisa de transfusão tem de contar com a boa vontade de doadores, uma vez que nada substitui o sangue verdadeiro retirado das veias de outro ser humano.
Todos sabemos que é importante doar sangue! Mas, quando chega a nossa vez, sempre encontramos uma desculpa – Hoje está frio ou não estou disposto; nesses últimos dias tenho trabalhado muito e ando cansado; será que esse sangue não me vai fazer falta… – e vamos adiando a doação que poderia salvar a vida de uma pessoa.
Sempre é bom repetir que o sangue doado não faz a menor falta para o doador. Consequentemente, nada justifica que as pessoas deixem de doá-lo. O processo é simples, rápido e seguro”.
Em uma entrevista com Maria Angélica Soares que é médica, coordenadora do Hemocentro do Hospital São Paulo da UNIFESP, Universidade Federal do Estado de São Paulo, O conceituado médico pergunta:
Drauzio – Como é feita a doação?
Maria Angélica Soares – A pessoa precisa levar um documento de identificação e preencher um cadastro. Depois, faz um teste para ver se está com anemia. Basta um furinho no dedo para determinar o hematócrito (quantidade de hemácias no volume total de sangue) e saber se está em condições de doar sangue. Às vezes, não está anêmica, mas o meio litro de sangue que será retirado poderá fazer-lhe falta. Em seguida, mede-se a pressão arterial, o pulso e a temperatura.
O próximo passo é uma entrevista chamada triagem clínica cuja finalidade é avaliar os antecedentes patológicos e os possíveis fatores de risco daquele candidato à doação. Essa entrevista é baseada numa portaria, numa legislação que rege a doação de sangue no Brasil. Não é um interrogatório para investigar a vida das pessoas. São perguntas para proteger quem está doando e para conscientizar o doador de que a pessoa que vai receber o sangue precisa ficar bem e não ter problemas depois.
É importante lembrar que, apesar de feita a sorologia (testes para as doenças infecciosas), existem ainda, doenças, como certos tipos de hepatite, para as quais não há triagem e que podem representar risco para o receptor. Há, ainda, janelas imunológicas – o teste demora algum tempo depois da infecção para ficar alterado – que precisam ser respeitadas, por menores que sejam elas.
No Brasil, existe ainda um procedimento que se chama auto-exclusão. A pessoa passou pela entrevista e vai doar o sangue. Se não conseguiu ou não quis ser totalmente sincera na entrevista e achar que seu sangue não deve ser utilizado para transfusão porque oferece algum risco, tem a oportunidade de fazê-lo de maneira sigilosa naquele momento. Basta assinalar num papel ou registrar eletronicamente que aquela bolsa deve ser excluída. É uma oportunidade que a pessoa tem de voltar atrás sem se expor ao profissional que a está entrevistando. http://drauziovarella.com.br/drauzio/doacao-de-sangue/
Agora, a ANVISA DECIDIU, alterar a triagem clínica realizada na doação, após estudos indicarem que essas infecções também podem ser transmitidas pelo sangue.
Muito bom! Zica e Chikungunya serão avaliadas nas regiões e no doador que contraiu tais modalidades de infecções, com seus critérios de análises... Assim seja! Já estávamos esperando por isso, né pessoal?
Vejamos a reportagem:
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou na noite desta segunda-feira (12) novos critérios de triagem para doação de sangue relacionados aos vírus da zika e chikungunya. A mudança foi necessária porque novos estudos indicam que a transmissão também pode ocorrer pelo sangue.
De acordo com a Nota Técnica Conjunta 2/2016, “candidatos à doação de sangue que foram infectados pela zika, após diagnóstico clínico e/ou laboratorial, deverão ser considerados inaptos por um período de 30 dias após a recuperação clínica completa (assintomáticos)”. O mesmo período vale para pessoas que tiveram contato sexual com alguém que apresentou diagnóstico da zika nos últimos 90 dias.
Já os candidatos a doadores que estiveram em regiões com epidemias confirmadas para chikungunya ou que residam nestes locais não podem doar por 30 dias. O mesmo intervalo vale para aqueles que tiveram diagnóstico confirmado da doença após a recuperação completa.
O Ministério da Saúde alerta que os serviços de hemoterapia devem estar atentos para os sintomas mais comuns das infecções por zika e chikungunya: manchas vermelhas pelo corpo, febre, vermelhidão nos olhos, dores de cabeça, pelo corpo e articulações. É possível que o paciente apresente também inchaço nas extremidades, dor de garganta, tosse, vômitos e sangue no esperma.
Os doadores também devem ser alertados da importância de informar ao centro médico onde doou sangue do aparecimento de quaisquer desses sintomas em até 14 dias após o procedimento, a fim de que possam resgatar possíveis bolsas de sangue contaminadas ou acompanhar os receptores.
A Anvisa explica ainda que os critérios de inaptidão clínica para o candidato à doação de sangue podem ser mais rígidos caso o serviço de hemoterapia considere mais apropriado para a realidade local. As medidas de prevenção podem também ser alteradas diante novas evidências sobre os vírus da zika e chikungunya.
Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/igvigilante/saude/2016-09-13/doacao-sangue-zika-chikungunya.html |